Cuidados ao mudar o terminal de carga das importações na sua empresa

Cuidados ao mudar o terminal de carga das importações na sua empresa

Floripa Airport Cargo
Floripa Airport Cargo

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04 jul 2025

No campo da gestão de importações, decisões estratégicas, muitas vezes, estão nos detalhes. Para empresas que movimentam volumes expressivos de mercadorias, a definição da porta de entrada no Brasil — ou seja, os terminais de carga onde elas são nacionalizadas — envolve implicações fiscais, aduaneiras, contratuais e logísticas, que podem afetar diretamente o desempenho do negócio.

Em um cenário de crescente complexidade regulatória e pressões por maior eficiência no tempo de entrega, mudar o terminal de cargas exige planejamento rigoroso. Esse movimento não pode ser feito apenas com base em tarifas de frete ou incentivos fiscais pontuais. Trata-se de avaliar, de forma aprofundada, todo o ecossistema logístico e institucional que sustenta a importação.

O que leva uma empresa a repensar a escolha do seu terminal de cargas?

A mudança de terminal de cargas para importação deve ser, antes de tudo, uma decisão integrada ao planejamento estratégico da empresa. Mais do que responder a pressões pontuais por custo ou conveniência logística, essa escolha precisa refletir objetivos amplos, como a melhoria da eficiência operacional, a redução de riscos regulatórios e o aumento da competitividade da cadeia de suprimentos.

"Empresas que atuam com cadeias globais, especialmente em setores com alta exigência de previsibilidade ou sensibilidade a prazos — como indústria farmacêutica, eletrônicos e bens de capital —, devem considerar não apenas a capacidade técnica do terminal, mas também sua aderência ao perfil da operação, avalia Davi Piza, Gerente de Negócios Logísticos da Zurich Airport Brasil, responsável pela concessão do Aeroporto de Florianópolis.

Para além de uma mudança de endereço logístico, a redefinição do aeroporto de nacionalização deve ser encarada como uma reconfiguração estratégica. Ela exige análise de dados históricos, simulações operacionais e diálogo com todos os elos da cadeia, incluindo agentes de carga, transportadores e despachantes. 

O papel estratégico dos terminais de carga

O terminal de cargas é um elo estratégico na cadeia logística internacional. Quando se fala em importação aérea, a infraestrutura, os processos e a eficiência do terminal escolhido impactam diretamente o lead time, os custos operacionais e a segurança das cargas. 

Nesse contexto, o desempenho do Floripa Airport Cargo não é apenas um diferencial regional, mas um indicativo de que a escolha da porta de entrada no Brasil deve ser pautada em critérios técnicos e estratégicos. 

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“Uma decisão precipitada pode impactar não apenas o tempo de entrega, mas também o cumprimento de obrigações fiscais e regulatórias, sobretudo para grandes empresas com operações complexas.” explica Davi Piza.

Fatores críticos na avaliação de um terminal de cargas

Optar por um novo terminal de cargas envolve mais do que logística; trata-se de uma decisão que afeta também operações fiscais, aduaneiras e até contratuais. Entre os principais cuidados, destacam-se:

●    Compliance aduaneiro: a Receita Federal estabelece diferentes exigências conforme o local de entrada. Os regimes especiais, como entreposto aduaneiro ou trânsito aduaneiro, precisam ser reavaliados para evitar não conformidades.

●    Adequação operacional: é fundamental verificar se o novo terminal comporta as necessidades específicas da carga, como exigências de refrigeração, segurança para itens de alto valor agregado e armazenamento de cargas perigosas.

●    Conectividade e malha aérea: a eficiência da distribuição terrestre ou aérea a partir do novo terminal deve ser comparada com a atual. A mudança pode representar um gargalo logístico se a malha aérea ou rodoviária for menos abrangente.

Avaliação técnica e financeira de terminais

O custo do frete, embora relevante, não deve ser o único critério de avaliação. Um terminal que ofereça maior previsibilidade e menores taxas de avarias pode, em médio prazo, gerar economia expressiva. Além disso, empresas devem considerar:

●    Custos ocultos, como tempo de armazenagem maior por atrasos em liberações;

●    Impactos tributários, principalmente em estados com regimes especiais de ICMS;

●    Potencial de negociação com operadores logísticos, que pode ser mais favorável em locais com menor congestionamento de cargas.

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Aspectos regulatórios e contratuais

Uma nova porta de entrada pode demandar revisão de contratos com agentes de carga, operadores logísticos e despachantes aduaneiros. Além disso, devem ser observados:

●    Novos trâmites com órgãos anuentes (Anvisa, MAPA etc.), que podem ter prazos e exigências distintos entre terminais;

●    Atualizações nos cadastros de intervenientes junto à Receita Federal, caso haja mudança no local de despacho principal;

●    Alinhamento com os fluxos de pagamento de tributos, que podem mudar conforme a praça aduaneira envolvida.

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Mais do que logística: uma oportunidade de evolução

Quando conduzida com planejamento, a transição pode representar não apenas ganhos operacionais, como também uma oportunidade de reavaliar processos internos e elevar o padrão da operação. 

É nesse momento que empresas maduras aproveitam para revisar seus fluxos logísticos, otimizar contratos com fornecedores, integrar sistemas de monitoramento e fortalecer sua governança aduaneira. Mais do que mudar um ponto geográfico, trata-se de alinhar a logística internacional com os objetivos de longo prazo do negócio — com ganhos em previsibilidade, controle e desempenho.

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